segunda-feira, fevereiro 16

Sobre bebês.

Bom, algumas coisas e outras também e ontem uma série no NatGeo sobre os bebês e tal, me fez pensar um pouco sobre isso e eu tô supers assustada com as influências que um bebê recebe hoje em dia, quer dizer, o que será que a gente pensa de toda essa bagunça quando a gente ainda meio que não pensa? Será que isso influencia as pessoas que seremos?
É que minha tia me falou que a gestação é a etapa mais importante da vida de uma pessoa, e aí a imaginação fertilizou.
Agora eu me coloco no lugar de um bebê. Estando lá, observando, ouvindo ou no mínimo sentindo tudo que se passa a sua volta. Quando a mãe, feliz, sorridente, contagiada pela alegria da maternindade passeia pelas ruas com seus vestidos floridos, o pai sempre preocupado e amoroso do lado, ou pelo menos as familiares/amigas neuróticas que nunca se cansam de ser acompanhantes, passeia pelas ruas e o bebê não vê o seu sorriso. Ele olha para as lágrimas das pessoas sentadas, das crianças ainda tão parecidas com ele que têm um cobertor tão desconfortável para se esquentar, e braços tão raquíticos para abraçá-lo do modo como ele se sente protegido dentro da barriguinha de sua mamãe. Será que o bebê sente vontade de emprestar seu aconchego todo pra essas criancinhas? Ou ele tá satisfeito com a felicidade dele e aí os outros são os outros? Ou cada bebê já é diferente? Ou eles nem pensam?
E quando vem todo mundo feliz da vida abraçando essa protuberância linda da qual a mamãe sente tanto orgulho (?), o que será que ele sente? 'Essas pessoas me abraçam hoje, mas ontem nem falavam comigo nem com a mamae, e amanhã provavelmente nem virão me visitar, e se eu sentir frio, fome ou desconforto, eles vão achar chato e nojento', ou 'Eba, tem gente que me ama', ou então cada um de um jeito, ou então nenhum de jeito nenhum?
Eu fico pensando quando a mãe tem desejos, vontades, arrependimentos, faz confidências, realiza sonhos, abre o coração para o mundo ou porque não para si mesma. Será que ele também sabe de tudo? Será que ele anseia por ajduar a mãe frustrada, por curar a mãe doente, por mostrar o camionho puro e lindo com o qual ele ainda está acostumado para a mãe que perdeu esse caminho ao longo da longa jornada que a levou até aquele momento de geração? Ou será que ele nem imagina e fica simplesmente contente com um pouco de alimento?

Bom, eu acho que eu não vou querer saber as respostas científicas dessas perguntas e de muitas outras, porque pra mim a transparência dos sentimentos, das aparências e das percepções da barriga marcam sim um serzinho humaninho. Bom, já se ele vai querer manter esses olhos bem abertos mesmo quando parecer impossível, se ele vai querer ouvir essas vozes sinceras quando puder escolher mentiras muito mais agradáveis e "adequadas", o caminoho bom ou mal que ele vai buscar seguir dentro de si mesmo, isso eu não sei como funciona ou como acontece. Mas eu sei que é possível sim, que um grande bebezinho observador se transforme em uma alma cega. Ou então em uma que anseia pela vida, pelo saber, pelo aprendizado transformado em prática a cada ação que se faz. Só depende de mim e de cada bebê que a cada punhado de anos ganha uma nossa classificação nesse mundo doido.

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