terça-feira, fevereiro 24

Nada é por acaso.

Pra mim coincidência é uma palavra ilusória que o homem criou pra arranjar mais um jeito de por a culpa que é dele, nos outros, ou em outra coisa que na verdade não existe (como se já não existissem maneiras suficientes para que as pessoas não assumam o que são, fazem, pensam e sentem - em outras palavras, o rumo, a responsabilidade e o poder total sobre suas próprias vidas).
Sabe. Se você for pensar bem, acaso seria muita injustiça. Seria muita maldade de Deus. Por isso é que eu não consigo conceber a idéia de que as coisas podem acontecer sem motivo nenhum, Deus não pode ser mal. E isso passa por todos os níveis de complexidade da existência humana, que definitivamente não são poucos (redondamente o contrário).
Por exemplo, é fácil supor que duas pessoas se encontram por acaso. Simplesmente se encontram. Apesar de que, pra mim, nada é apenas o que parece, assim como ninguém é apenas o que parece. A vida é muito pra ser tão pouco, então eu busco e acho necessário encontrar um significado por trás de tudo, não pra tentar mudar o passado, nem se arrepender, mas sim para poder entendê-lo e assim agir de form proveitosa no presente, garantindo pra si mesmo um futuro melhor. Tudo que você transmite, você vai receber. Lei da física. Então eu nunca vou acreditar que um encontro, um beijo, um amor, uma morte, um defeito, um acontecimento uma pessoa ou um pensamento, não acho que o real entendimento de nada na vida seja duficiente se analisarmos apenas a palavra que serve pra resumir qualquer coisa que 'existe' ou não.
Aliás, a própria existência é muito relativa. Mas isso já é uma outra história,
Enfim, pra coisas corriqueiras assim a gente pode até culpar o acaso sem ativar muito o peso da consciência. Mas aí vêm as coisas difíceis. As perguntas difíceis que perturbam a fé no acaso. Porque uma pessoa nasceu na Suíça e outra no Camboja? Porque alguém morre saudável aos 98 anos e outra pessoa nasce com deficiências que impedem o ar de entrar em seus pulmões de seis meses? Porque uns têm direito de ver o sol nascer e outros não, por qualquer que seja o motivo? Porque uns morrem, uns matam e uns são mortos? Será que Deus quer mesmo tudo isso?
Eu duvido.
Eu duvido que um homem seja capaz de bater a moto em que ele estava de carona atrás de um carro, a toda velocidade, ser impulsionado sobre o carro, cair no vidro, levantar e sair andando sem um arranhão; enquanto o outro que tropeça na sala pode morrer. Mas é assim que é. Do mesmo modo que alguma coisa com probabilidade de 0,000001% acontece. A vontade de Deus, a simples coincidência, obras do destino, do acaso, etc etc etc não são o bastante pra me convencer.
Então eu acredito em algo mais profundo, alguma coisa que vai além dessa vida, muito além, alguma coisa tão grandiosa como a eternidade que rege tudo que a gente não é capaz de entender. Uma coisa que é mais forte do que muitas leis humanas e por isso muia gente julga incompreensível. Eu acredito no poder de ação e reação das nossas almas.
Então eu acho que é por isso que a cada novo dia, a cada nova oportunidade, a gente tem que fazer por merecer. Porque não dá pra evitar que o que vai, volte um dia.

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