terça-feira, agosto 9

Preambulatory clause:


I hate this part - Pussycat Dolls
(been there and it sucks)

It's so overdue.
por que, tantas vezes, a gente deixa isso acontecer?
essa coisa horrivel pulando pela garganta e gritando que quer sair, que nao da, que nao quer caber.

sera que a gente acha sempre que precisa TER alguem pra estar aprovado?
pra se sentir completo? pra se sentir merecedor de qualquer felicidade ou alguma outra coisa que cada um chame do jeito que preferir?
poxa vida. se for assim e se tiver que ser assim, nao vai dar. porque essa ansia de coisa acabando, esse sentimento pressentido de final triste so do outro lado corta qualquer coracao que se preze.
e essa parte e tao mais previsivel que qualquer outra coisa, desde o comeco, desde quando o olhar e ok, desde quando nao da choquinhos, desde quando nenhum quanto e tanto o suficiente, que eu nao consigo mais dissocia-la de todo o resto.
uma vez que ela existe ja em pensamento, e verdade. e qualquer coisa que a negue, esconda, omita, minta, disfarce, procastinate, nao consigo chamar de outra coisa que nao seja uma grande, gorda e suja,

mentira egoista.
peco-lhes desculpas

Aviso aos navegantes:

tufo que eu escribo, so pode ser roubado.

nada me pretense.

Que bom

sentir o cardume alado (e cabe aqui a seguinte pergunta: is alguem aware do coletivo de borboletas? e seu significado?) se alargando, multiplicando, pororocando furtacoloridamente em tantos milenios de direcoes!

:) ah

sábado, agosto 6

e quem é que sou eu?

Ultimamente tem vindo cada vez menos a ideia de produzir algo que me faça dizer a palavra literatura, e muito mais qualquer coisa que pareça com uma conversa. Não sei dizer bem por que, e isso é legal. Vem sempre sempre uma urgência por falar quase sempre com praticamente só seres de Orion e com poucas pausas apenas para descansar as pálpebras... E isso deve ser respeitado.

E falando tanto comecei a ouvir-me bem melhor, e talvez uma coisa precise da outra e sejam partes diferentes de uma mesma pá, pá de cavar fundo a alma de tudo que se vê e sente, seja ou não seja fisicamente. É muita magia ver a vida ir se desenvolvendo mais ou menos na sua cara - só pra ser franca apesar de feiamente -, e poder fazê-la como se quer.

Não sei muito bem o que eu vim dizer aqui mas acho que deu vontade de transcrever ou tentar essa sensação de oneness, de completude, de preenchimento independente que é bem gostosa e chega mesmo a transbordar. O que isso é mais é um desejo, crença de que cresça e atinja quantos der, porque no fim das contas só acontece antes em alguns casulos porque a primavera está chegando e borboletas inúmeras e todas, frágeis e feias por si mesmas talvez - mas juntas coloridas - são necessárias para o voo infalível e tão merecido, tanto, há tantos...
E uma vez sentida dentro desse rebanho imenso, carregamento de vidas pelo ar, vento, deixo para trás todo o meu e me transformo simultaneamente em cada uma das partes que me querem refletir, perceber-me. Bonitamente tornamo-nos uma só coisa, estranha e amorfa da melhor forma imaginável. Cadê eu? Não sei, mas sinto cada momento intensamente como se eu fosse o próprio momento. E devo perguntar mais alguma coisa: quem é que não o é?

Pra onde tudo isso vai é que no fim não sei se sou, mas sinto estar. E ao perguntar-me de novo o que se deu com a ovelha negra, da vida, quem tornei-me quando crescida, só posso dizer uma coisa resumindo tudo;
nada.

, ressuscitou ao terceiro dia...

Eu pensei ter sido condenada, por juri nenhum que não fosse meu próprio peito sem juiz. Achei que eu sabia a gravidade do delito.
Me rotulei, o papel com A, Ana.. Ana.. Assassina.

E pensei que entender alguém de um jeito novo e gostoso por ser tranquilo, limpo, fosse matar o amor. Fechei a porta da caverna e curti meu casulo-sabat.
*ouve-se um baque*

Bati em retirada, galgando novos campos, vivendo novos toques, pessoas, lugares. A cada sorriso que se aproxima o dicionário espontaneamente multiplica de forma exponencial todos os seus vocábulos e os joga todos na grande panela de mexer a massa doce, que começa com... V ida.

Bem reparei que não estava indo a lugar nenhum. Ah, se eu tivesse me ouvido antes das gotas de sangue espatifarem-se pelo chão, quem sabe assim um coração a mais povoaria o batuque vermelho que soundtracka o mundo... Mas não, assim eu fui e a borboleta vive com uma asa só.

Consciente do corpo morto que jazia em minha consciência, grande pedaço do peito então gelado, eu voltei. Por mim e só. Com certeza cabe aqui dentro da cabeça-balança todos os contrapontos e as indevidezas, e quem se importa, por que se importa tanto? Cheguei sem mais ninguém e ainda assim jamais sozinha. Ele também foi desfibrilado, esse coisico chamado amor.

E voltou tão lindo e diferente. Altivo, sereno. Despreocupado, talvez até contente de só existir no ar e me pedindo para ser seu instrumento, sua ferramenta. Deixei o amor passar e ele estourou a peneira, explodiu o funil, abriu-se como um mar bravio por sobre todos os ânimos, espalhando todas as suas lindas sete mil cores por mim e por ti e por ali também, e dançamos todos embriagados ao ritmo e ao som da maior pureza que jamais encontraremos novamente. Nossa essência. Que é o alimento desse fungo grande e cor-de-rosa, que voltou e escreve comigo. Ainda bem!