terça-feira, janeiro 17

Cheiro de amor*


Passei do lado do quarto para ir buscar minha escova de dentes,
E foi aí que algo me deteve.

Eu não parei de andar, mas houve um reconhecimento daquela sensação avassaladora. Era um odor envolvente, calor doce, familiar, querido.
Queridos.

Vinha da porta entreaberta onde dorme se amando o casal. Onde vive se amando o casal. Não há portas fechadas para o tamanho dos sorrisos que apesar de fixos fisicamente em faces diversas são a mesma alegria. São própria e justamente uma unidade de vida. Uma vida una. Era esse cheiro de amor, inspirador, preenchedor mesmo só de ver de longe toda a harmonia com que sorriem, todo o desejo com que dançam sem exposição, sem competição, um amor puro, de criança, exemplar. Que honra tê-los nessa casa!
Gratidão.

E passada a garganta cortada pela pasta de dente, vos desejo uma boa noite.

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