segunda-feira, setembro 12

Não vó, eu não estou doente.

Tipo essa que agora me ajuda a escre VER agora. Nunca me senti tanto e tão bem acompanhada como estou. Como venho sendo muito agora ultimamente. Talvez ultimamente demais. Conseguindo finalmente. Talvez, e não sei se há quem seja suficiente para me confirmar se o tanto que é basta. Se o tanto que sou basta. Será que isso seria ver? Ao mesmo tempo, quero cada vez mais e cada vez mais desesperadamente mais os outros. Os tantos demais outros que ainda não se redescobriram, os tantos tantos quantos eu os quero muito e não pra mim. Mas os quero, e isso é forte como a luz que a lua deixa escapar de suas feridas. Me corta os olhos, me corta tudo que é feito de carne e sangue, que não existe. Tudo o que me tenta ser sem nenhuma penumbra de sucesso no horizonte. Essa luz me entra e sai eu. Quando sai, ela vai e voa. Voa tanto que eu nem sei como. Será que chega onde tenta? Me pergunto nessas horas se realmente a luz me seria. Se ela me é. Se tudo isso aqui que consigo absorver passa ou não de uma hipótese, certamente bem menos palpável do que muitas outras que não fiz e que papéis bonitos, pálidos, cinzentos, grotescos e estrelados premiam por aí, por onde vão querendo sem dever, por onde tapam os olhos desses outros, por onde os cobrem de cobertas feias e duras, cansadas e cansativas, por onde quer que consigam exaurir o pouco de vida que ainda resta nessas crianças todas que infelizmente e muito infelizmente - mesmo quando elas pensam que felicidade é isso, as pobres de tudo - começaram em algum maldito (ainda que por eles sacramentado em ouro e prata, de mentira bendita) momento a achar que envelhecer é certo. Que a carcaça presta. Q U E M F O I Q U E V O S D I S S E ? E o pior é que se sabe. E o pior é que a resposta é grande. E o pior é que ela está por todos os lados, nos rodeia, nos carcome, nos quer. Mas não quer mais que eu. Não não, não essa resposta grande e torta, quasímoda das almas, não pode querer mais que eu. Não pode ser mais que a luz que me sai e voa. Não podem funcionar suas asas. Não, minto. Podem sim. É que eu quero tanto que o não dever - esse sincero, esse realmente verdadeiro, pelo menos tanto quanto eu consigo ser nesse momento intermediariamente enluarado - tomou na minha cabeça e no meu corpo verdadeiro uma forma de não poder. É que é aí que reside meu poder invisível, feito de luz que os outros não tocam. É nessa transformação bem violeta e bem recém-nascida, sempre recém-nascida, sempre viva como o botão, sempre possibilidade, é nesse toque mágico que chamo de mim e que os outros não conseguem fazer caber numa palavra tão simples como a que eu os conto, a que eu os revelo com tanta cautela e quase nunca, é nesse movimento transmutador é nessa metamorfose barata (hahaha), que é realmente uma coisa bem simplória e quase envergonhante de tão fácil (não me envergonha nesse momento a simplicidade, só o fato de ela ter sido tão... esquecida - porque não admito que a digam desconhecida, não admito. não não e não). e é nessa coisa tão modesta que nem precisa caber nesse verbete que eu me encontro. Em todos os sentidos cabíveis ou não. Não sei pra onde voltar, então fica por isso mesmo. A lua de um poeta - Diogo Nogueira.

Um comentário:

Yuri disse...

Perdoe, minha amiga, se não lhe consigo fazer um comentário a altura do texto.

Você falou da Lua, mas suas palavras são de Sol, e contra isso não tenho resposta. Fica, então, este humilde comentário, à guisa de um "gostei muito".