sábado, agosto 6

, ressuscitou ao terceiro dia...

Eu pensei ter sido condenada, por juri nenhum que não fosse meu próprio peito sem juiz. Achei que eu sabia a gravidade do delito.
Me rotulei, o papel com A, Ana.. Ana.. Assassina.

E pensei que entender alguém de um jeito novo e gostoso por ser tranquilo, limpo, fosse matar o amor. Fechei a porta da caverna e curti meu casulo-sabat.
*ouve-se um baque*

Bati em retirada, galgando novos campos, vivendo novos toques, pessoas, lugares. A cada sorriso que se aproxima o dicionário espontaneamente multiplica de forma exponencial todos os seus vocábulos e os joga todos na grande panela de mexer a massa doce, que começa com... V ida.

Bem reparei que não estava indo a lugar nenhum. Ah, se eu tivesse me ouvido antes das gotas de sangue espatifarem-se pelo chão, quem sabe assim um coração a mais povoaria o batuque vermelho que soundtracka o mundo... Mas não, assim eu fui e a borboleta vive com uma asa só.

Consciente do corpo morto que jazia em minha consciência, grande pedaço do peito então gelado, eu voltei. Por mim e só. Com certeza cabe aqui dentro da cabeça-balança todos os contrapontos e as indevidezas, e quem se importa, por que se importa tanto? Cheguei sem mais ninguém e ainda assim jamais sozinha. Ele também foi desfibrilado, esse coisico chamado amor.

E voltou tão lindo e diferente. Altivo, sereno. Despreocupado, talvez até contente de só existir no ar e me pedindo para ser seu instrumento, sua ferramenta. Deixei o amor passar e ele estourou a peneira, explodiu o funil, abriu-se como um mar bravio por sobre todos os ânimos, espalhando todas as suas lindas sete mil cores por mim e por ti e por ali também, e dançamos todos embriagados ao ritmo e ao som da maior pureza que jamais encontraremos novamente. Nossa essência. Que é o alimento desse fungo grande e cor-de-rosa, que voltou e escreve comigo. Ainda bem!

Nenhum comentário: