domingo, dezembro 5

Estranho

saber que quem poderia ver não vai,
mesmo que eu queira que queiram. cada um deve querer o seu próprio querer, bem ou mal, por si. para si ou para o mundo, tanto faz, mas decisão feita sozinha, sombra na ilha deserta da escolha que se tem, faz e dá.
não é quem diz buscar algo do tipo que virá aqui catar os caquinhos de coração,

nem mesmo por má-fé, essa ausência. talvez nem premeditada seja, apenas jeito de ser.
jeito de ser o mesmo. nem maior como eu imagino que seria, nem diferente de jeito nenhum,
ou talvez esteja mudando a cada ar que expira, sempre que vê uma borboleta que passou por mim,
rápido demais.
sempre tão rápido demais..

e você, porquê, não vai ficar como aquele gosto ruim aqui dentro,
lanço-lhe aos ventos como as cinzas do velho amado que ainda não vivi.
que os trançados do seu caminho de contorcionista mágico não desfaçam o fardo que carregas, e que te faz existir.
que o fato de ele não abrir essa caixa pública onde depositas todo dia a alma e o desejo do pulsante vermelho, não lhe faça parar de crescer e de querer ser,
para si, que seja,
aquele mais que o mundo do outro não quer.
e tudo bem.

Um comentário:

Anônimo disse...

muito bom mesmo!sei exatamente o que quis dizer...

PV