quinta-feira, outubro 6

Me gustaria tenerte en mis brazos; amor

like that
spanish guitar
and you would play me through the night

until the dawn
O medo que temos
querido,
querido - e aqui cuspo fora a feroz e assustadora, horrível vontade de chamar-te meu - de sermos comuns.

De deixar-nos engolfar num dos previsíveis 18 buracos,
do mundo ou das almas alheias.


NÃO te deixarei;
minha mão fria e pequena vai se desgarrar do pedigree de natimorta que lhe deram quando descobriram minhas asas, em cenas de King Kong.
Ela vai agora agarrar-te buscar e conter.

Seu dorso ossudo de maternidade frágil e precoce, quase fetal, quase muda, disforme, ele todo só quer e só vive se te embrionar, se puder encher teu ventre das minhocas apassarinhadas que vomita, todas elas cheias dele, todas essas cheias de mim, minhas marés, eu, engolida por ti. 


Quero te encher de toda essa vida úmida, subterrânea, completa e sensivelmente cutânea, em flor.


Quero toda a Tua capacidade de me sentir Faca Cortante,
em, e
para
Ti.



E sabes muito bem do que te falo quando das saudades de tua voz bonita de teu falar sabiamente desconcertante de tuas descobertas em mim engatinhadas, eu gatilho, eu, tu.


Temo também que esses meus gritos de amor esfarelem tua bela vida
É que para mim, daqui mata a fome fazer parte dela.
Daqui te vejo, sinto e cheiro. Daqui até te tenho se eu quiser mais. Se eu quiser demais.
Daqui contentaria-me sem calor, bastando essa suspeita leve de borboleta-olhar feliz.


E as pistas urgem-me berros, não queroconsigo mais ser esfinge.
Poderia, com mentiras
Mas minha carne agora gorda dessa flor distante em que me transformei, intrinsecamente enraizada em teu vaso vivo de olhos azuis, toda essa, massa estranha que agora também eu sou, ela assim se esfolaria em quilo metros malignos rolos de lixa e de lâmina;
a cada gota de sangue o amor,
a cada lágrima impura uma auto (e alta!) traição.
Quero gritar-me até ti em todas as camisetas estampadas que o mundo for capaz de oferecer ao meu estômago infinito. Não acaba essa fome.De que?


Fome
de
que?


Também não, também não poderia simplesmente devorá-lo e morrer-te aqui em meus caminhos sinuosos, em meu corpo materno, em algo que talvez para o tu que desconheço seja o que mais se aproxima do que quero chamar de mim. Talvez, Talvez.
É que não acho que há quem saiba melhor essa arte de fazer-me musicar a vida harmônica que meus ouvidos não conseguem sentir, que escapa aos olhos, e vem palpitar na saliva, na boca, nos poros, na realidade que é o único meio onde talvez algo de mim se eternize. Não sei bem que é ela, não sei bem quem sou eu. Mas sinto que o sabem, isso, as tuas milagrosas mãos. Sinto que sabem um saber deficiente de instrução, sinto que sabem com o peso calvárico de quem teve a cara espremida por jatos homéricos quando teve sede, e não se viu a criança suficiente para saber que podiam levantar. Que podiam.

Como podiam. E como podem.

E quero acreditar que esse teu sinestésico dom divino posso morar mesmo de longe.
E se não puder invado. Que também eu já vislumbro os sinais de fumaça viva, o aviso de fogo, que nos leva tão mais juntos que me respondes em minha "lista aleatória", sempre que te peço colo de amor.

E assim te cantaria se soubesse, 

I'll be tu cancion 

Um comentário:

Yuri disse...

Senti este mais suave que o da Lua - talvez a estrutura, talvez o tema, não vou racionalizar muito -, e igualmente admirável.

Só sei que estou a horas tentando decifrar esta esfinge e ainda não estou seguro de todas suas figuras. E talvez aí você e o Emannuel ergueriam sua voz para mim, me dizendo quão tolo é tentar deprender sentido do que é feito sentimento.

Conste, portanto, que independente do sentido, o sentimento me acertou em cheio.