sábado, novembro 8

Acordei. Ando por um corredor e ando ando ando as portas passam, tudo branco. Não um branco que aflige nem um branco de dúvida; mas um branco de conforto de paz e de certeza, de todas essas pequenas coisinhas importantíssimas que a vida diária nos rouba sorrateira e perigosamente. Um branco de um sonho que parece realidade mas que você sabe que vai acabar, e por isso eu não corro. Dá pra ver lá longe a portinha que acaba com tudo isso.. E você sabe, e você não teme, e você continua andando tranquilamente porque não vale mesmo a pena voltar pelo mesmo caminho que já se cruzou uma vez.. Só vale se for especial, diferente, surpreendente.. E voce quer se surpreender. Quando eu me aproximo e o vento faz um efeito de filme nos meus cabelos é que eu percebo que não é necessário abrir a porta, uma vez que com o caminho eu já me completo. Seguir mais adiante é desnecessário pra quem não tem porque olhar pro corredor, pra quem não quer desfazer pegadas, obras de arte e nem manchas que deixou, que sabe que não dá pra apagar nem com Vanish poder O2. Seguir em frente se faz consequência natural e óbvia para quem, tendo paroveitado cada minuto como se fosse o último, não teme o que vai sê-lo mesmo e tem a coragem e a paciência pra ficar aproveitando a sensação boa do vento batendo no rosto, do relógio marcando os segundos, da vida acontecendo...

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